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Festival percursos da música 2018 regressa a 3 de Julho

Ponte de Lima, a partir da próxima terça-feira, 3 de Julho, apresenta a 9.ª edição do Festival Percursos da Música, que no presente ano engloba mais de três dezenas de espectáculos musicais, todos com entradas gratuitas, que animarão 7 espaços do Centro Histórico, de forma alternada, numa conjugação perfeita e única de património arquitectónico e música, com término no dia 20 de Julho.

Cabem as honras de abertura à formação La Mar de la Música Ensemble, no Largo de S. João, às 22h00 do dia 3 de Julho, composta por Joana Godinho, na voz, Daniela Tomaz, flautas & adufe e Eduardo Ramos, alaúde e voz, que se dedica particularmente ao repertório da região que fez nascer o projecto: o Gharb Al-Andaluz, que corresponde hoje ao Sul da Península Ibérica (Algarve e Andalucia), procurando evidenciar a riqueza cultural desta região, tanto na música escrita como na tradição oral. O programa mostrará o entrecruzamento estilístico entre as culturas coexistentes na Península Ibérica até finais do séc. XV, através de uma selecção de temas seculares e religiosos transversais à cultura cristã, mourisca e sefardita, encontrados tanto em fontes escritas da época, como recolhidas por etnomusicólogos e articuladas com a experiência do mestre Eduardo Ramos.

No dia seguinte, 4 de Julho às 22h00, no Largo da Alegria (Além da Ponte), Pedro e os Lobos, um projecto que reúne Pedro Galhoz, guitarras, Rui Freire, bateria, Nelson Correia, voz e guitarra e João Monteiro, baixo. Tendo as guitarras como figura central das suas composições, Pedro Galhoz continua a mostrar a sua paixão pela mistura de diferentes culturas, pelas bandas sonoras, pelo deserto e pelos clássicos da música americana que convivem aqui em harmonia com a lusofonia na palavra e no sentimento. A banda está a trabalhar num novo disco que chegará em 2019; no entanto, algumas das novas músicas serão apresentadas em primeira mão em Ponte de Lima.

LiftOff, a 5 de Julho, às 22h00, na Rua Formosa / Pereiras promete ser um dos momentos altos do Festival, tendo em conta os músicos que fazem parte da formação: Jeffery Davis, vibrafone, Óscar M. Graça, piano, Alexandre Frazão, bateria e Nelson Cascais, contrabaixo. LiftOff surge em 2012 na cidade de Aveiro tendo como líderes o pianista Óscar Graça e o vibrafonista Jeffery Davis. Tendo complementado o projecto com diferente composições rítmicas ao longo dos tempos, são presentemente acompanhados pelo contrabaixista Nélson Cascais e pelo baterista Alexandre Frazão. Óscar Graça e Jeffery Davis são também responsáveis pela composição. Ambos com influências diversificadas, marcadas por estudos na música erudita (onde começaram), a procura de uma consistência composicional (e de repertório) é uma prioridade – LiftOff tem de ter uma direcção, um som que mostre o diálogo entre o que distingue e o que une os dois compositores. De alguma forma, um jogo entre as suas influências.

A 6 de Julho, haverá lugar a dois espectáculos. O primeiro, Phole, será no Largo da Picota, às 22h00. Um tocador que quer viajar da eira para um outro espaço, das suas memórias para um presente em construção. O projecto Phole é uma pesquisa sobre o acordeão, neste caso em particular o acordeão diatónico, chamado de concertina. Na sua pesquisa existe uma ligação permanente, que advém também da sua pesquisa visual e que tem que ver com o encontro com a memória, com o seu passado e as histórias do lugar de onde pertence. Uma ligação permanente e construtiva sobre quem habita o seu quotidiano ou já habitou.

Às 22h00, na Rua Cardeal Saraiva/Largo da Matriz, sobem ao palco os Birds are Indie, com Ricardo Jerónimo, Joana Corker e Henrique Toscano. Banda independente, tem-se afirmado junto do público e da crítica, bem como tocado por todo o país e por Espanha, onde apresentam a sua forma peculiar de estar em palco. Depois de vários EPs e 3 álbuns, 2018 traz consigo o longa-duração “Local Affairs”, editado na conimbricense Lux Records onde, aliada às melodias pop e ao seu habitual intimismo, a banda mostra uma nova faceta, mais musculada.

O jazz volta às ruas de Ponte de Lima, mais precisamente à Escadaria da Capela das Pereiras, às 22h00 do dia 7 de Julho, com uma formação que junta três dos maiores nomes da actual cena jazzística nacional: Carlos Bica, contrabaixo, Luís Figueiredo, piano e João Mortágua, saxofone. Carlos Bica é um dos músicos portugueses mais icónicos adepto de colaborações criativas e contrabaixista de versatilidade comprovada. O seu trabalho transcende em muito as fronteiras da linguagem jazzística e de improvisação, inscrevendo o seu nome na lista de artistas portugueses mais reconhecidos e estabelecidos a nível internacional. Neste espectáculo, Carlos Bica convida o pianista Luís Figueiredo e o saxofonista João Mortágua para um momento de partilha e de interpretação das suas composições, numa mágica descoberta que resultará do encontro de três das personalidades mais criativas do país.

O dia 8 de Julho é garante de qualidade, com mais 4 projectos musicais.

A partir das 11,00, o lugar às arruadas musicais pela AlmaDa Street Band, composta por cerca de dezena e meia de músicos. Trata-se de um grupo de animação musical diferente e divertido, inspirado nas bandas de universidades e liceus americanos, conhecidas como “Pep Bands” e com repertório ligeiro e variado, com influências de funk, reggae e pop.

Às 15h00, na Avenida dos Plátanos, o Concerto dos Vencedores do Concurso Internacional de Sopros do Alto Minho, organizado pela Academia de Música Fernandes Fão, em que se apresentarão, individualmente, Samuel Marques, no clarinete e Carlos Leite, no trompete, acompanhados ao piano por, respectivamente, Bernardo Soares e Dana Radu.

A partir das 16h30, também na Avenida dos Plátanos, concerto dos Palankalama – Pedro João, bandolim, cavaquinho (português), guitarra, José Ricardo Nogueira, guitarra, Aníbal Beirão, contrabaixo e Rui Guerreiro, bateria, percussão. As suas composições baseiam-se na música tradicional/folk de diversas regiões e imaginários. Cada música é uma procura de um cenário onde se desenvolve um argumento. Recorrendo à energia do rock e à escola do jazz, a narrativa é traçada pelos quatro elementos da banda, numa busca de lugares de “ficção”.

O domingo, dia 8 de Julho, termina com o concerto de Nyx Kaos, às 22h00, na Rua Cardeal Saraiva/Largo da Matriz, formação composta por Estefânia Surreira, soprano, Eliana Veríssimo, piano e Marco Pereira (TatsuMaki), noise maker. NyX Kaos é um projecto inovador que entrelaça o clássico e o moderno, numa fusão de texturas e frequências electroacústicas. A soprano Estefânia Surreira, a pianista Eliana Veríssimo e Marco Pereira (TatsuMaki) são os mentores de um trabalho que transborda racionalização, ordem, estrutura, equilíbrio e proporção. O percurso dos seus elementos no universo do teatro representa uma forte influência na produção musical e performativa deste colectivo.

Do dia 9 ao dia 20 de Julho, serão muitos os espectáculos, de que a seu tempo daremos mais pormenores, deixando, por agora, a listagem dos mesmos: Caixa de Pandora, Kite, Norberto Lobo, Terra Batida, CriArte | Residência Artística: Sem Margens, Jazzamboka, Essências de Marimba: Fados & Choros; Quinteto Impossível, Workshop de Música Tradicional | Baile Tradicional Europeu, B’rbicacho, Daniel Pereira Cristo, Still Life, Luís Pipa (piano)/Paulo Gaio Lima (violoncelo)/Gustavo Delgado (violino), Música de Câmara pelo Quarteto de Cordas de Matosinhos e por António Rosado (piano), Alberto Urroz (recital de piano), Concerto Final da Masterclasse da Epta Portugal (piano) e JP Simões “De Buarque a Bloom e outras canções”.

Todas as informações detalhadas, incluindo programas e repertórios, na página do Teatro Diogo Bernardes no Facebook: https://www.facebook.com/teatro.diogo.bernardes/.