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Imagens amadoras vão dar origem a documentário que vai inspirar espectáculo especial nos 25 anos do festival

Um colectivo de artistas nacionais quer saber como eram os primeiros anos do Festival Paredes de Coura e, para isso, lançou uma chamada pública pedindo aos fãs do festival que tenham imagens antigas do evento para as disponibilizarem. O material recolhido vai dar origem a um documentário, que vai inspirar um espetáculo especial que está a ser preparado para celebrar o 25.º aniversário do evento, no próximo mês de Agosto.

O MODS Collective – assim se chama o grupo – quer recuperar a memória dos primeiros sons nas margens do Coura, dos mergulhos originais na praia do Taboão e das incursões inaugurais de festivaleiros de todo o país pela vila minhota. Para isso precisa de vídeos (amadores, em VHS ou em outros formatos da época), mas também fotografias e outro tipo de registos que existam dos primeiros anos do festival de rock inaugurado em 199X.

“A vila de Paredes de Coura é hoje indissociável do seu festival de música e todos os que ali vamos percebemos a intimidade com que a vila e o evento se ligam. Mas sempre nos perguntamos como viveu Paredes de Coura as primeiras edições do evento?”, explica Luísa Alvão, que será uma das realizadoras do documentário que o MODS Collective quer fazer a partir do material disponibilizado pelos fãs do festival.

O MODS Collective criou um endereço de email (coura@capivara-azul.pt) para o qual todos os que tenham material relativo aos primeiros anos do Festival Paredes de Coura podem enviar o material, caso esteja digitalizado, ou informações sobre a sua existência e formato,

Este material vai depois ser trabalhado pelas realizadoras Luísa Alvão – cujo trabalho se tem debruçado sobre que tocam a relação entre comunidades e elementos icónicos do seu património e geografia – e Inês Vila-Cova, recentemente premiada no festival de Curtas de Vila do Conde, com um filme que parte precisamente de um arquivo de VHS para criar um documentário inovador sobre a comunidade piscatória das Caxinas.

Este filme documental vai depois servir de partitura musical para um concerto especial feito pelo colectivo de músicos que trabalha habitualmente com MODS Collective, dirigido por Samuel Martins Coelho – que no ano passado subiu ao palco principal do Festival Paredes de Coura enquanto formador da Escola do Rock. Do colectivo fazem também parte, entre outros, Pedro Oliveira (peixe: avião, Dear Telephone, Krake), Rui Souza (El Rupe, Lince, Medeiros/Lucas) e Carina Albuquerque e Pedro Teixeira, ambos músicos da Orquestra de Guimarães.

O concerto acontece no próximo mês de Agosto, em Paredes de Coura, durante o festival, com o objectivo de celebrar os 25 anos do evento.

O nome MODS é o acrónimo de um trocadilho feito um inglês “Music On D Spot”, que significa “música feita no lugar”, numa tradução literal, identificando o conceito que está na base do trabalho do colectivo: criar música improvisada e partir de imagens em movimento. As criações deste projecto artístico fizeram parte do programa da Braga Noite Branca no ano passado e vão estar, este ano, na Valletta 2018 – Capital Europeia da Cultura.

MODS Collective tem produção da Capivara Azul – Associação Cultural, sediada em Guimarães, que promove também o ciclo de programação de música independente EGO e do laboratório de experimentação artística Capivara Azul LAB