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Criada linha para estudantes à procura de alojamento

As dúvidas dos estudantes que procuram alojamento assim como das entidades hoteleiras que pretendam disponibilizar camas para os estudantes universitários passam a poder ser esclarecidas através de uma linha criada pela Direção-Geral de Ensino Superior. 

“A linha vai começar a funcionar hoje ao final do dia ou, o mais tardar, amanhã e serve para resolver problemas e implementar a estratégia destinada a oferecer alojamento a todos os estudantes que necessitem”, disse o diretor-geral do Ensino Superior, João Queiroz, durante a assinatura de protocolos sobre alojamento para estudantes. 

A linha telefónica e o contacto de email – que estarão disponíveis no site da DGES – dão apoio aos alunos, às entidades que desejem disponibilizar camas, mas também às instituições de ensino superior, que estão envolvidas no projeto.

O programa – que envolve entidades como hotéis, hostels ou pousadas da juventude – representa para já um aumento de mais 4.500 camas e continua aberto às entidades que queiram aderir.

Hoje foram assinados protocolos de alojamento estudantil com as associações representativas da hotelaria e alojamento local, e com a Movijovem, numa cerimónia que contou com a presença da equipa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), mas também com estudantes e a nova secretária de estado da Habitação, que salientou a importância desta nova iniciativa.

O secretário de estado do Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, lembrou algumas das regras que as unidades hoteleiras têm de seguir, tais como serem obrigadas a cumprir as normas da Direção-Geral da Saúde ou de o valor pago pelos estudantes bolseiros não poder ser superior ao do complemento de alojamento de recebem.

Neste momento, o valor base é de 220 euros mensais, mas o apoio sobe quando os alunos estudam em zonas do país onde o valor médio do arrendamento é mais elevado. Em Lisboa, por exemplo, o complemento de alojamento ronda os 280 euros.

Outra das regras é garantir que metade das camas se destina a alunos bolseiros, caso exista essa necessidade. “Temos uma primeira obrigação com os bolseiros”, sublinhou Sobrinho Teixeira.

Os quartos têm de estar disponíveis para os alunos até 15 de julho, ou seja, até ao final do calendário escolar, para garantir que “nenhum estudante fique fora do alojamento com atividades letivas a decorrer”, sublinhou.

Depois, podem voltar ao mercado do turismo.

Todas as ofertas destinadas aos alunos estão disponíveis na plataforma do Observatório Digital do Alojamento Estudantil, que identifica diariamente a oferta privada de alojamento para estudantes, as zonas onde estão alojados e as rendas praticadas a nível nacional, assim como o nível de ocupação e a evolução da oferta pública de camas em residências para estudantes.

No entanto, “o desafio que temos pela frente é enorme”, reconheceu o ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), Manuel Heitor, recordando o aumento de candidatos ao ensino superior que se traduzem em “valores inéditos nos últimos 25 anos”.

A pandemia de covid-19 veio obrigar a uma redução da oferta que já existia devido à aplicação das orientações da Direção-Geral da Saúde.

A única instituição que conseguiu aumentar a oferta foi o Instituto Politécnico de Viana do Castelo, que tem mais 111 camas, e o Instituto Politécnico da Guarda e o ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa conseguiram manter a oferta do ano letivo passado.

No entanto, com estes novos protocolos, o resultado final traduziu-se num aumento em relação ao passado ano letivo, já que os estudantes têm agora disponíveis mais de 18 mil camas (no ano passado rondavam as 16 mil).