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Misericórdias do Alto Minho lembram que lares não são unidades de saúde

As misericórdias do Alto Minho alertaram hoje que os lares de idosos são estabelecimentos residenciais, não unidades de saúde, não possuindo condições para tratamento da covid-19, nomeadamente isolamentos, recursos médicos, enfermagem e auxiliares 24 horas por dia.

Em comunicado, as misericórdias de Arcos de Valdevez, Caminha, Monção, Melgaço, Paredes de Coura, Viana do Castelo, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença e Vila Nova de Cerveira apelam, por isso, às instituições que decidem sobre a covid-19 que executem os testes de despistagem e o hospital de retaguarda, contribuindo assim de forma decisiva para o combate à disseminação da infeção.

“Urge fazer os testes de despistagem da covid-19 a todos os utentes e funcionários dos Estabelecimentos Residenciais Para Pessoas Idosas (ERPI) e Estabelecimentos Residenciais para Deficientes no Alto Minho”, frisam, referindo que “em várias regiões do país esta medida já foi executada, nomeadamente no Centro e Sul do continente”.

“Estamos na oitava semana da pandemia covid-19, prestes a entrar na nona e a caminhar para o fim da vigência do terceiro estado de emergência. Apesar de volvidas estas semanas, e das declarações públicas efetuadas, a realidade é que ainda não foram realizados quaisquer testes de despistagem a utentes e funcionários das Instituições de Solidariedade Social”, realçam as entidades.

Os testes realizados “foram-no para confirmarem suspeitas em utentes ou funcionários. Igualmente, apesar de profusamente divulgada a existência de infraestruturas para hospitais de retaguarda, nenhum doente com Covid-19 foi acolhido em qualquer dos equipamentos divulgados”, lamentam. 

A concretização destas duas medidas, frisam as misericórdias do Alto Minho, revela-se “da maior importância para o combate à disseminação da infeção, nomeadamente entre a população idosa com comorbilidades e institucionalizada”. 
Sublinham que “os Estabelecimentos Residenciais Para Pessoas Idosas não dispõem de equipamentos de proteção individual para tratarem de utentes com covid-19, colocando em risco os seus funcionários e por consequência as suas famílias”.

“As ERPI não são os locais onde devem permanecer os utentes com covid-19, devendo ser retirados para outros espaços, nomeadamente hospitais de retaguarda, como constatamos noutras regiões do país”, acrescentam.

Portugal contabiliza 854 mortos associados à covid-19 em 22.797 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

Relativamente ao dia anterior, há mais 34 mortos (+4,1%) e mais 444 casos de infeção (+2%).

Das pessoas infetadas, 1.068 estão hospitalizadas, das quais 188 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados passou de 1.201 para 1.228.

Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o Governo anunciou hoje a proibição de deslocações entre concelhos no fim de semana prolongado de 01 a 03 de maio.