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Empresas de Viana do Castelo defendem agilização de apoios para retoma económica

Os agentes económicos de Viana do Castelo defenderam hoje a agilização dos mecanismos de apoio criados pelo Governo para minimizar o impacto da covid-19, por estarem atrasados na sua implementação devido a “muita burocracia”, informou hoje a Câmara local.

Em comunicado enviado às redações, a autarquia da capital do Alto Minho apontou aquela “dificuldade” como um dos exemplos recolhidos, hoje, pelo presidente da Câmara, José Maria Costa, e o vereador com o pelouro do Desenvolvimento Económico, Luís Nobre, numa reunião para preparar a retoma económica após o estado de emergência, com representantes da Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC), empresários do setor do turismo, da área industrial, da indústria tecnológica, da hotelaria e da Cooperativa Agrícola.

No encontro, realizado a pedido da autarquia, os agentes económicos consideram “positivas” as medidas de apoio lançadas pelo Governo, mas “identificaram diversas dificuldades na legislação, sobretudo no que toca à aplicação do ‘lay-off’ e ainda no mecanismo de financiamento de empresas através do crédito, que necessita ser agilizado uma vez que o procedimento é muito burocrático e conta com enormes exigências por parte do sistema bancário, atrasando assim a sua implementação”.

Da reunião, foi destacada “a necessidade de uma maior informação aos setores da advocacia e das empresas de gestão e contabilidade, que dão suporte sobretudo às pequenas e médias empresas, pelo que se torna necessária a intensificação de ações de informação e de formação sobre a legislação e sobre os procedimentos a serem tomados para apoiar estas empresas”.

Foi ainda defendida a necessidade de “um manual claro e objetivo sobre as regras de proteção individual e de distanciamento social, dos equipamentos de proteção que estão certificados ou que são aconselháveis para os setores do comércio, serviços e hotelaria”.

O reforço da promoção dos produtos endógenos (agrícolas, hortícolas, da floricultura e da produção animal), para garantir um melhor escoamento dos pequenos produtores e agricultores que, neste momento, têm dificuldades por causa do cancelamento das feiras, foi outras das medidas reclamadas.

Já os setores do comércio, hotelaria e restauração pediram “apoio para se adaptarem às novas medidas de distanciamento social, uma vez que terão que implementar novos ‘layouts’, medida que implica maiores custos e menores receitas, sendo que se estima que este setor do turismo vai demorar dois anos até conseguir estabilizar a atividade”.

Durante a reunião, foi ainda acordada a criação de um plano de comunicação e marketing para o concelho de Viana do Castelo e para o Alto Minho, “muito centrados nos ativos do território, nomeadamente nas atividades ambientais, de saúde e bem-estar, património cultural e construído, mas também no setor das atividades desportivas náuticas e de natureza”.

Segundo a nota, o presidente da Câmara e o vereador do Desenvolvimento Económico vão promover o envio, às entidades governamentais, dos resultados e sugestões recolhidas hoje e, em conjunto com o movimento empresarial, designadamente com a AEVC, implementar um conjunto de programas e planos de ação com vista à dinamização e reativação de atividades económicas, muito focados nas pequenas e médias empresas”.

Portugal contabiliza 854 mortos associados à covid-19 em 22.797 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o Governo anunciou hoje a proibição de deslocações entre concelhos no fim de semana prolongado de 01 a 03 de maio.