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Atletas do projeto olímpico podem treinar ao abrigo de “quadro de exceção”

Os atletas de alto rendimento, incluindo os integrados no programa olímpico para Tóquio2020, poderão treinar ao ar livre ou em instalações já testadas, ao abrigo de um “quadro de exceção”, anunciou hoje o Comité Olímpico de Portugal (COP).

Os treinos, que eram uma reivindicação do COP e dos atletas perante a situação atual, provocada pela pandemia de covid-19, devem agora decorrer na via pública, sendo de curta duração, ou em algumas instalações preparadas para o efeito.

“O COP remeteu às federações desportivas com atletas integrados no Projeto Tóquio2020 uma comunicação a explicitar em que condições deve ser realizada a sua preparação desportiva no quadro de exceção estabelecido pelo decreto aprovado pelo Governo, tendo sempre a saúde pública como primeira prioridade”, indica o organismo olímpico no sítio oficial na Internet.

Os atletas de alto rendimento podem fazer exercício de curta duração na via pública, bem como aceder aos locais de prática, duas exceções previstas às medidas aprovadas no âmbito do estado de emergência decretado pelo Governo português.

No sábado, o COP revelou que o Instituto Português do Desporto e Juventude estava a avaliar as condições de utilização do centro desportivo nacional do Jamor “em segurança”, depois de o comité ter pedido esta semana ao Governo uma solução para estes desportistas poderem prosseguir a preparação para Tóquio2020.

Aos atletas do programa olímpico ficam três recomendações: “Não utilizar espaços públicos onde se encontrem outras pessoas na proximidade”, “não realizar os treinos em ambientes fechados em conjunto com outros atletas”, e “utilizar espaços ao ar livre certificando-se que não contactam com outras pessoas”.

No caso do uso de instalações fechadas, devem ser seguidas “as regras adotadas” por essas infraestruturas, com o COP a confirmar que estas já existem nos centros de alto rendimento do país.

O COP explica ainda às federações que a decisão do Comité Olímpico Internacional de “manter a realização dos Jogos na data prevista”, de 24 de julho a 09 de agosto, “está a traduzir-se numa enorme pressão sobre os atletas dos países atingidos pela pandemia”.

“É recomendável que nos preparemos para o que aí vem e para as condições específicas exigidas no exercício das nossas atividades”, adverte o organismo olímpico.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 308 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 13.400 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro de 2019, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu tornou-se o epicentro da pandemia, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais (4.825), o que levou vários países a adotarem medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Em Portugal, que se encontra em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira, a Direção-Geral da Saúde elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.600, mais 320 do que no dia anterior. O número de mortos no país subiu para 14.