A intervenção de requalificação da fortaleza de Valença, iniciada em 2004, estará “totalmente” concluída em abril, num investimento de dois milhões de euros.
O presidente da Câmara de Valença, Jorge Mendes, adiantou em declarações à Lusa, que “no dia 15 de março ficará pronta a intervenção realizada na rua principal” do monumento.
Em causa está a quarta e última fase da empreitada de requalificação daquele monumento nacional, candidatada a Património da Humanidade.
Anteriormente, o autarca explicou que a empreitada incide no “espaço público da Fortaleza, intramuros, completamente remodelado, no que toca às infraestruturas, desenho e funcionalidades das ruas e pracetas”.
A obra visa “eliminar, definitivamente, os cabos elétricos e de telefones suspensos e as antenas, recuperando a zona histórica uma matriz mais original”, sendo que as infraestruturas “passam todas para as galerias técnicas”.
Esta fase, financiada por fundos do programa Norte 2020, “fecha o ciclo de intervenções de requalificação da fortaleza, iniciado em 2004 e que representa um investimento global de 8,5 milhões de euros”.
A quarta fase abrange a parte norte do monumento nacional e prevê “estacionamento ordenado, mais espaços verdes, circuitos pedonais nos topos da muralha, novo mobiliário, adaptando os conceitos-base já estabelecidos nas intervenções anteriores e com o cunho do arquiteto Eduardo Souto Moura”.
A requalificação da fortaleza começou em 2004 e foi projetada por Souto Moura. Na altura, o arquiteto comparou a intervenção a uma prótese dentária, dizendo que, “no final das obras, Valença não será a mesma, mas manterá a mesma cara”.
A intervenção foi “precipitada” por um alerta emitido em julho de 2003 pela Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, dando conta de que a fortaleza corria o risco de derrocada, face à “deficiente” drenagem de águas pluviais e à “decrepitude” das redes de infraestruturas subterrâneas.
A fortaleza de Valença assume particular importância pela dimensão, com uma extensão de muralha de 5,5 quilómetros, e pela história, tendo sido, ao longo dos seus cerca de 700 anos, a terceira mais importante de Portugal.
O monumento desempenhou um papel preponderante na defesa dos ataques de Espanha e chegou a receber cerca de 3.500 homens, em dois regimentos do Exército. A presença militar só terminou em 1927, com a saída do último batalhão do Exército.
Fonte: Lusa