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Viana do Castelo desafia empresas a encontrar soluções de emprego inclusivo

O projeto Contratos Locais de Desenvolvimento Social – 3G (CLDS – 3G), do Gabinete de Atendimento à Família (GAF), em Viana do Castelo, vai promover encontros com empresas para, em conjunto, encontrarem soluções de emprego inclusivo.

“O desafio que estamos a lançar às empresas e às entidades empregadoras é o de, juntamente com os técnicos de intervenção social da equipa do CLDS do GAF, repensar o mercado de trabalho para que possam surgir novos conceitos de empregabilidade mais inclusivos”, explicou hoje à Lusa Vanessa Pereira, técnica do CLDS – 3G.

O ciclo de cinco encontros, intitulado “Mercado de Trabalho Inclusivo: o valor da diferença”, vai começar no dia 07 novembro, com a discussão do tema “Integração profissional da pessoa cigana: da discriminação à inclusão”, e terminará a 03 dezembro 2018, com o debate “A minha diferença faz (in)diferença? Integração laboral da pessoa funcionalmente diversa”.

Em novembro a iniciativa abordará, no dia 14, a “Doença mental e empregabilidade: diferenças (in)conciliáveis?”, o “Rumo ao emprego: reintegração socioprofissional após a reclusão”, no dia 21, e “O mercado de trabalho sob a lupa de género: pontos de (des)equilíbrio”, no dia 28.

“A ideia de iniciar esta reflexão surgiu das dificuldades com que nos deparamos no nosso trabalho de acompanhamento na procura de emprego, sobretudo de pessoas com algum tipo de deficiência física”, sustentou a técnica.

Com a iniciativa, a equipa do CLDS do GAF pretende “trazer luz sobre as vantagens competitivas das empresas que adotam medidas de promoção da diversidade e contribuir para desbloquear os mecanismos que condicionam a plena inclusão das pessoas”, disse.

Organizado pelo GAF, instituição particular de solidariedade social com sede em Viana do Castelo, o ciclo de encontros contará com a presença de especialistas nacionais e internacionais, bem como de personalidades ligadas ao universo empresarial de todo o país.

“Tivemos a preocupação de abranger grupos sociais que não encontram uma resposta específica. As pessoas de etnia cigana, por exemplo, nunca tiveram a oportunidade de debater, no espaço público, estas questões, quer com as empresas quer com as entidades que com elas trabalham. Também os reclusos, com quem temos vindo a fazer algum trabalho dentro do estabelecimento, precisam, quando em liberdade, de acompanhamento específico”, acrescentou Vanessa Pereira.

A técnica do CLDS defendeu “a necessidade de lançar à discussão pública temas que não saem da intervenção social”.

“É preciso chamar a sociedade, o mercado e o tecido empresarial a terem parte ativa neste trabalho que é de todos”, frisou.

Os cinco encontros temáticos decorrerão durante todo o dia, distribuindo-se, “durante a manhã, por um painel de discussão com especialistas nacionais e internacionais das áreas em discussão, empresas e organizações da sociedade civil e, à tarde, por ateliers de (des)construção, dos quais se espera que resultem em produtos e ferramentas práticas que possam ser aplicadas nas empresas”.