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Setor exportador responsável por 33% do volume de negócios das empresas em 2016

O setor exportador integrava 23,5 mil empresas no ano passado, responsáveis por um terço do volume de negócios e cerca de um quarto das pessoas ao serviço do total das empresas.

Segundo dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal (BdP), apesar de ter variado pouco entre 2015 e 2016, o número de empresas do setor exportador aumentou 42% em quase 10 anos (desde 2007) e representa 6% do total das empresas em Portugal.

Os dados constam da atualização do Estudo da Central de Balanços, produzido pelo BdP e que considera empresas exportadoras as entidades cujas exportações correspondem a pelo menos metade do volume de negócios ou a 10% do volume de negócios caso as exportações excedam os 150 mil euros.

Os resultados são complementados com informação relativa ao primeiro semestre de 2017 sobre os empréstimos concedidos pelo setor financeiro.

Segundo o BdP, o número de empresas que passam a integrar anualmente o setor tem superado as saídas, tendo, em média, entre 2007 e 2016, contado, anualmente, com seis mil novas empresas e cinco mil saídas.

A abertura ao mercado externo varia com a classe de dimensão das empresas: as empresas exportadoras representavam 4% das microempresas, 10% do seu volume de negócios e 5% do respetivo número de pessoas ao serviço. O seu peso no conjunto das grandes empresas correspondia a 43%, 45% e 31% do total dos agregados correspondentes associados a esta classe de dimensão, respetivamente, refere.

Por setores de atividade económica, o peso das empresas exportadoras era superior nas indústrias transformadoras e totalizava 15% das empresas, 71% do volume de negócios e 55% das pessoas ao serviço.

O setor exportador também era relevante em 2016 nas indústrias extrativas e nos transportes e armazenagem ao agregar 12% e 11% das empresas, 64% e 56% do volume de negócios e 45% e 35% das pessoas ao serviço destes setores, respetivamente.

Segundo o BdP, o peso do setor exportador era mais significativo nos distritos de Viana do Castelo e de Aveiro, com 52% e 51% do volume de negócios gerado pelas empresas com sede nestes distritos, respetivamente, tinha origem em empresas exportadoras.

“O volume de negócios das empresas exportadoras tem demonstrado maior dinamismo, mas diminuiu em 2016”, refere a instituição, sinalizando que em 2016, o volume de negócios de metade das empresas exportadoras aumentou 5% ou mais e nas restantes empresas, esse limiar de crescimento foi de 2%.

No período 2007-2016, o volume de negócios das empresas exportadoras registou, em média, variações anuais de 4% (contra um decréscimo de 0,5% nas restantes empresas).

Com exceção de 2009, 2014 e 2016, a taxa de variação anual do volume de negócios das empresas exportadoras foi geralmente superior à das restantes empresas, indica.

Em 2016, no entanto, o volume de negócios das empresas exportadoras diminuiu 5% em relação ao ano anterior, enquanto, pelo contrário, o volume de negócios das restantes empresas cresceu 6%.

O EBITDA (resultado antes de impostos, juros, apreciações e depreciações) gerado pelas empresas do setor exportador diminuiu 7% em 2016 (contra um aumento de 15% nas restantes empresas).

Em 2016, as empresas do setor exportador registaram uma rendibilidade dos capitais próprios de 9%, dois pontos percentuais acima da observada nas restantes empresas, mas dois pontos percentuais abaixo da observada em 2015.

As empresas do setor exportador apresentaram, ao longo de todo o período analisado, níveis de autonomia financeira superiores aos das restantes empresas e em 2016, o ativo das empresas exportadoras foi financiado em 37% por capitais próprios (nas restantes empresas este valor era de 30%).